Em novo ano de muitos desafios, GT Agenda 2030 reafirma compromisso de continuar acompanhando e incidindo sobre os ODS

Ações da coalizão que reúne cerca de 50 organizações da sociedade civil têm como objetivo garantir e promover os direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais e a superação das desigualdades
Assim como 2020, o ano de 2021 também será de muitos desafios frente à pandemia da Covid-19. Os impactos do novo coronavírus deixaram o Brasil ainda mais distante de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com o colapso do sistema de saúde e o aumento da pobreza, da fome e do desemprego. No campo ambiental, mais queimadas e desmatamento colocaram nossos biomas em risco. O Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030), contudo, reafirma seu compromisso de continuar acompanhando e incidindo sobre os ODS a fim de garantir e promover direitos e a superação das desigualdades.

Um dos principais produtos da coalizão, o Relatório Luz, chegará à sua quinta edição este ano, devendo ser lançada em julho. Em 2020, a publicação contou com a participação de 105 especialistas, que analisaram 145 das 169 metas da Agenda 2030. O cenário encontrado foi catastrófico. Das 91 metas relacionadas ao meio ambiente, 32 apresentavam retrocesso e 17 estavam ameaçadas. Na dimensão social, 36 das 95 metas tinham retrocedido e 10 estavam ameaçadas. Em termos econômicos, perda de empregos, redução de renda, aumento da pobreza e da extrema pobreza, problemas intensificados por políticas de austeridade fiscal e pela crise econômica.
Muitos desses problemas que surgiram ou se agravaram com o novo coronavírus foram abordados nas campanhas e mídia e advocacy que o GT Agenda 2030 lançou em 2020. Falamos da relação da Covid-19 com cada um dos ODS; defendemos, em uma ação conjunta com a Coalizão Direitos Valem Mais, o fim da Emenda Constitucional 95 (conhecida como “Teto de Gastos”) para que o país possa retomar os investimentos nas áreas sociais; e propusemos um diálogo com candidaturas ao Executivo e ao Legislativo municipais para que adotassem uma agenda capaz de tornar seus municípios mais justos, equitativos, pacíficos e bem menos vulneráveis a pandemias como a da Covid-19. A campanha “Mudar o Jogo” foi realizada em parceria com a Frente Parlamentar Mista de Apoio aos ODS e Rede ODS Brasil.
Este ano, o GT Agenda 2030 está apoiando com 98 mil euros a execução de 12 iniciativas selecionadas em seu II Edital Interno de Seleção de Projetos. São ações de organizações que integram o GT e que promovem os ODS visando à superação das desigualdades em diversas regiões do país, com foco na equidade de gênero e nos direitos das mulheres e meninas, especialmente negras, quilombolas, indígenas e LBTI de baixa renda. Membros do grupo também estão sendo capacitados em gestão organizacional sustentável. Quatro oficinas foram realizadas em 2020 e neste ano está prevista a publicação de uma cartilha sobre boas práticas nessa área.

Também teremos a terceira rodada de seleção de soluções inovadoras, tecnologias sociais que se apresentam como alternativas para crises em diversas áreas, trazendo respostas por meio de ações mais sustentáveis. Em 2019 foram selecionadas dez iniciativas e em 2020 outras dez. As ideias são apresentadas em um seminário, recebem mentoria e são conectadas a potenciais investidores e parceiros estratégicos, além de serem reunidas em uma publicação. O novo edital deve ser publicado ainda em fevereiro, mês em que também serão abertas inscrições para quatro novas turmas do curso de Advocacy para a Agenda 2030 em EAD.
Seguiremos ainda com a realização de debates públicos, com previsão de três eventos em 2021. Em 2020, foram realizados quatro debates regionais (Nordeste, Norte, Sudeste e Sul), além de diversos webinários em parceria com a Frente Parlamentar Mista de Apoio aos ODS e com a Rede ODS Brasil. No total, os membros do GT Agenda 2030 participaram ativamente de 20 eventos nacionais e 23 estrangeiros, entre eles o Fórum dos Países da América Latina e do Caribe sobre Desenvolvimento Sustentável, o Fórum Político de Alto Nível (HLPF) e o Fórum Financiamento para o Desenvolvimento (FfD). Isso reforça nosso papel de incidir politicamente em importantes espaços de discussão internacionais e em 2021 continuaremos atuando neste sentido.
Todas essas ações só foram possíveis com o apoio da União Europeia e de muitos parceiros. A todos e todas nosso muito obrigado e renovamos a disposição em continuarmos trabalhando juntas e juntos por um mundo melhor.
Leia também:
- Ministra Nísia Trindade cita Agenda 2030 em discurso na OMS
- O que muda para a América Latina depois do Fórum de financiamento para o desenvolvimento da ONU?
- Aditamento de Edital – Abertura de Novo Prazo
- Desenvolvimento sustentável e saúde na América Latina é tema de webinário do Cris/Fiocruz
- (sem título)
Acabei de ler o texto , gostei muito e gostaria de ser informada acerca das publicações do GT. Sou psicóloga, trabalho com saúde mental, moradores de rua, e projetos sociais.
CurtirCurtir
Oi, Vanilda! Vamos te incluir no mailing do nosso boletim informativo, OK? Obrigada pelo interesse! Abraço!
CurtirCurtir