Série de cards do GT Agenda 2030 convida para reflexão sobre condição das mulheres durante pandemia da Covid-19

Jornada dupla, aumento da carga de trabalho não remunerado, acesso a serviços e cuidados de saúde sexual e reprodutiva, violência doméstica e sexual são os temas abordados
Ao longo do mês de maio, o Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030) publicou em suas mídias sociais uma série de cards sobre Covid-19 e gênero. A iniciativa teve como objetivo convidar para uma reflexão sobre a condição das mulheres durante a pandemia, pois elas estão sendo mais afetadas do que os homens.
As mulheres representam cerca de 70% das equipes de trabalho em saúde e serviço social. São médicas, enfermeiras, técnicas em enfermagem, parteiras e trabalhadoras de saúde nas comunidades. Além disso, enfrentam jornada dupla como prestadoras de cuidados, incluindo o trabalho doméstico e o cuidado com crianças e idosos não remunerados.
Em relação ao cuidado não-remunerado, um estudo da Oxfam mostrou que elas são responsáveis por 75% de todo o trabalho de cuidado não-remunerado no mundo. Com a pandemia da Covid-19, essa carga de trabalho aumenta e, em muitos casos, precisa ser conciliada com sua ocupação principal. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que 35 milhões de lares são chefiados por mulheres no Brasil.
É importante, ainda, garantir o acesso das mulheres a serviços e cuidados de saúde sexual e reprodutiva. Segundo a ONU Mulheres, dados de pandemias anteriores indicam que os esforços de contenção frequentemente desviam recursos dos serviços de saúde rotineiros, como os cuidados pré e pós-natal e contraceptivos.
Diversas organizações que atuam na temática de gênero têm alertado sobre o aumento dos riscos de violência doméstica contra mulheres e meninas durante a pandemia da Covid-19, uma vez que o isolamento aumenta as tensões intrafamiliares, como mostram análises dos primeiros períodos da quarentena em muitos países.
Um guia elaborado pela Plan International Brasil recomenda a identificação desses riscos e a adoção de medidas para mitigá-los desde sua perspectiva de prevenção para que a quarentena tenha sucesso. Riscos que também incluem a violência sexual, pois, com o isolamento no mesmo espaço físico do agressor, mulheres e meninas podem enfrentar obstáculos adicionais para fugir de situações violentas ou acessar serviços de proteção, como alertou a ONU Mulheres.
Diante dessa realidade, o GT Agenda 2030 defende que os planos de enfrentamento à Covid-19 no Brasil precisam considerar essas especificidades. As situações retratadas nos cards fazem parte do dia a dia das mulheres, acentuam as desigualdades e podem piorar a vida delas.
Acesse e conheça os cards publicados:
Card 1 – Mulheres na linha de frente
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Card 2 – Trabalho não-remunerado
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Card 3 – Saúde sexual e reprodutiva
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Card 4 – Violência doméstica
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Card 5 – Violência sexual
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