Ação do projeto Mulheres Tapajônicas dá origem à campanha #SalveAlterDoChão

Ideia é chamar atenção para a especulação imobiliária e gentrificação em curso em Alter do Chão, distrito do município de Santarém, no Pará
No começo de outubro, o projeto Mulheres Tapajônicas, realizado pelo coletivo Clímax Brasil com apoio do Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030), realizou uma roda de histórias de vida com algumas das integrantes da Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós, em Alter do Chão, distrito de Santarém (PA). Um dos desdobramentos dessa ação deu origem à campanha #SalveAlterDoChão, lançada no último dia 19 de novembro com o objetivo de chamar atenção para a especulação imobiliária e gentrificação em curso na localidade. O evento contou com show gratuito das Suraras.
Nos dias 21 e 22, várias pessoas foram às ruas de Alter do Chão e das cidades de Santarém, Belém (PA), Manaus (AM), Brasília (DF), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) para espalhar pôsteres lambe-lambes da campanha. Os pôsteres foram desenhados pela artista paraense Renata Segtowick. “Não faz sentido transformar Alter do Chão em uma cidade grande, desmatar e construir resorts e prédios altos na orla para pessoas de fora e com dinheiro. Estão expulsando as famílias Borari cada vez mais para a periferia, e acabando com o Rio Tapajós”, afirma Leila Borari, turismóloga e integrante das Suraras.
Alter do Chão, antes de ser um paraíso turístico, é território Borari e tem uma grande importância para a manutenção da biodiversidade e sistema climático mundial, assim como toda a região amazônica. “Não queremos que as pessoas deixem de vir para Alter, mas que aqui seja um lugar onde todo mundo se respeita e que a natureza e os modos de vida indígenas sejam preservados”, comenta Ianny Borari, autônoma e também integrante das Suraras.
Alice Junqueira, do coletivo Clímax Brasil, afirma que levar as mensagens das Suraras para as grandes cidades é muito importante, pois temos que ter consciência de que fazemos parte do problema, principalmente quando se trata do turismo. “Festas de música eletrônica na praia que só com seu som matam animais na floresta, lanchas enormes que jogam lixo no rio e por aí vai… As consequências são estrondosas”, conta.
Por isso, o Clímax Brasil convida as pessoas a se envolverem na campanha #SalveAlterDoChão espalhando as mensagens por todo o país. Os materiais podem ser baixados no link https://bit.ly/332nrQO, nas versões para impressão ou publicação na internet, com as hashtags #SalveAlterDoChao, #NaoCalemNossasVozes, #TajaposVivo, #NaoDeixeNinguemParaTras e #Agenda2030.

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