Organizações da sociedade civil debatem os desafios da Região Norte para atingir a Agenda 2030

Evento terá como base os números do IV Relatório Luz, documento lançado no fim de julho que mostra o que país tem feito para cumprir as metas do desenvolvimento sustentável
Nesta quinta-feira, dia 13 de agosto, organizações da sociedade civil que atuam no Norte do país vão se reunir para discutir como governos e sociedade em geral têm se empenhado para o cumprimento da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável. O debate vai acontecer a partir das 9h e, por causa da necessidade de isolamento social, ainda importante instrumento para controle e prevenção da pandemia de coronavírus, será virtual. O público poderá acompanhar e participar por meio da transmissão on-line do canal do Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030, GT Agenda 2030, no YouTube. O endereço é www.youtube.com/gtagenda2030.
O debate será dividido basicamente em três momentos, onde serão feitas análises de como a Região Norte tem se portado em termos de avanços ou retrocessos econômicos, sociais e ambientais. Para cada um desses eixos serão convidados a apresentar dados e fatos um especialista do GT Agenda 2030 e representantes de duas organizações que atuam diretamente nos estados que integram o Norte do país. Entre elas: Sociedade Paraense de Direitos Humanos – SDDH / Abong Pará; Visão Mundial; Instituto Socioambiental – ISA; Banco Comunitário Tupinambá e Fundação Amazonas Sustentável – FAS.
A ideia do encontro é discutir os números que compõem a IV edição do Relatório Luz da Sociedade Civil Sobre a Agenda 2030 no Brasil, documento elaborado pelo GT Agenda 2030 que foi lançado no fim de julho numa audiência da Frente Parlamentar Mista de Apoio aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) do Congresso Nacional. Todas as informações contidas nele foram obtidas com base na análise de dados oficiais do governo federal por 105 especialistas do GT Agenda 2030.
“Temos uma série de dados do Relatório Luz que mostram retrocessos em diversos pontos na Região Norte, tanto em questões sociais como econômicas, como por exemplo o desemprego ou o aumento do número de infectados pelo HIV. Problemas também de infraestrutura, como o baixo nível de acesso ao saneamento básico e à eletricidade. E, além destas questões que impactam na saúde e na economia, a gente tem um cenário muito difícil do meio ambiente com as questões das queimadas criminosas e ilegais, o desmatamento da região amazônica que tem uma congruência enorme com a Região Norte do Brasil”, listou Fabiana Kent, assessora de Advocacy e Mobilização da Visão Mundial, organização que junto com o Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) está responsável pelo debate.
Para a confecção do IV Relatório Luz foram analisadas 145 das 169 metas da Agenda 2030, um pacote de metas estabelecidas por 193 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU), entre eles o Brasil, para que cheguemos no ano de 2030 com um mundo mais justo social e economicamente e com um planeta mais bem cuidado. Desse total de compromissos, 17 metas não possuem dados para análise e sete não se aplicam ao Brasil.
Do montante de 145 metas que formam o relatório, os/as especialistas tiveram dificuldades no levantamento de informações devido ao “apagão de dados” em curso no país que se reflete na ausência ou ineficiência de políticas públicas, inexistência ou insuficiência de números e/ou séries históricas sobre muitos dos temas.
O relatório tem como foco os últimos 12 meses e demonstrou as condições deficitárias em que o país foi encontrado quando a pandemia do novo coronavírus se espalhou pelo mundo. “A tragédia que o Brasil vive hoje já vinha sendo anunciada. Em 2017, por exemplo, quando lançamos o primeiro Relatório Luz, apontávamos desafios nacionais em todos os setores. Já na segunda edição, mostramos que o país havia voltado ao mapa da fome. Na terceira edição, alertamos para o crescimento das desigualdades, que o Brasil já possuía 55 milhões de pobres e o investimento público em saúde era insuficiente para lidar com a demanda à época. Não é à toa que a Covid-19 está tomando essa proporção”, comenta Alessandra Nilo, coordenadora geral da ONG Gestos, de Pernambuco, e cofacilitadora do GT Agenda 2030.
O GT Agenda 2030 é uma coalizão com 51 organizações, movimentos sociais, fóruns e fundações brasileiras responsável pela difusão, promoção e monitoramento da implementação dos ODS no país. Ele foi criado em setembro de 2015. E desde 2017 publica anualmente o Relatório Luz.
Serviço:
Debate Público Relatório Luz 2020 da Sociedade Civil: desafios para a região Norte
Data: 13 de agosto de 2020, às 9h
Local: com transmissão ao vivo para o canal www.youtube.com/gtagenda2030
Programação:
9h | 9h15 – Mesa de Abertura – Apresentação e mediação: Fabiana Kent (Visão Mundial), convidadas: Alessandra Nilo (Gestos, GT Agenda 2030) e Patrícia Menezes (Rede ODS Brasil)
9h15 | 9h45 Mesa 01 – ODS e Sociedade – Mediação: Daltro Paiva – IEB. Com Francisco Menezes (ActionAid, GT Agenda 2030); Elisety Maia (Sociedade Paraense de Direitos Humanos – SDDH / ABONG Pará) e Amanda Gomes (Visão Mundial)
9h45 | 10h15 Mesa 02 – ODS e meio ambiente – Mediação: Daltro Paiva – IEB. Com Alice Junqueira (Clímax Brasil, GT Agenda 2030); Caê Marinelli (Instituto Internacional de Educação do Brasil – IEB) e Nurit Bensusan (Instituto Socioambiental – ISA)
10h15 | 10h45 Mesa 03 – ODS e economia – Mediação: Daltro Paiva – IEB. Com Cláudio Fernandes (GESTOS, GT Agenda 2030); Marivaldo Vale (Banco Comunitário Tupinambá) e Wildney Mourão (Fundação Amazonas Sustentável – FAS)
10h45 | 11h15 Comentários da Audiência e debate
11h15 | 11h30 Encerramento – Daltro Paiva – IEB e Fabiana Kent – Visão Mundial
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