Mapa da Desigualdade da Região Metropolitana do Rio de Janeiro retrata desafios socioeconômicos que se agravaram com pandemia da Covid-19

Publicação da Casa Fluminense, lançada no último dia 15, apresenta 40 indicadores com informações atualizadas sobre as dinâmicas das desigualdades nos 22 municípios da RMRJ
A Casa Fluminense, uma das organizações que integram o Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030) lançou, no último dia 15/07, o Mapa da Desigualdade da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A publicação retrata desafios socioeconômicos que se agravaram com a pandemia da Covid-19, a partir de 40 indicadores com informações atualizadas sobre as dinâmicas das desigualdades existentes nos 22 municípios da região.
Elaborada a partir de dados públicos, utilizando as escalas metropolitana, intermunicipal e intramunicipal, a publicação está organizada em 10 eixos temáticos: habitação, emprego, transporte, segurança, saneamento, saúde, educação, cultura, assistência social e gestão pública. Entre as informações de destaque está a de expectativa de vida. Os moradores de Niterói, por exemplo, vivem, em média, 12 anos a mais que os de Queimados. Na capital do Rio de Janeiro, esta disparidade entre quem mora em São Conrado e quem mora na Rocinha é de 23 anos.
“O retrato dessas desigualdades se materializa localmente em áreas privilegiadas que provêm infraestrutura e bem-estar para os seus moradores, enquanto as periferias, subalternizadas, vivem em contextos profundos de vulnerabilidade pelo não acesso a direitos sociais básicos, garantidos constitucionalmente”, diz Vitor Mihessen, coordenador da pesquisa.
A percepção é a de que a pandemia da Covid-19 não só mudou a realidade de milhões de brasileiros e brasileiras, mas expôs as profundas desigualdades de renda, raça e gênero que marcam a vida nas cidades. Sobre saúde, por exemplo, o município de Japeri não possuía nenhum tipo de leito hospitalar público até 2019, e das cidades que têm, São João de Meriti é a que pior cobria sua população, com dois leitos a cada 10 mil habitantes. Na agenda de educação, entre os 22 municípios da RMRJ, só a capital fluminense atingiu a nota média do Ideb 2017 das cidades brasileiras.
Segundo a consultora da pesquisa, Paula Moura, os indicadores socioeconômicos do Mapa revelam o perfil populacional que é preferencialmente afetado por essas desigualdades. “No processo da pesquisa vimos o quanto que o racismo e sexismo desempenham um papel fundamental para a perpetuação da vulnerabilidade social. Isso fica evidente quando vemos que, dos 22 municípios da Região Metropolitana do Rio, três não têm ou não responderam sobre a existência de centro de atendimento à mulher. E ainda, quando analisamos que, na mesma região, o salário das mulheres negras equivale à metade da remuneração recebida pelos homens brancos desempenhando a mesma atividade econômica”.
Os 40 indicadores do Mapa da Desigualdade 2020 trabalham os mesmos eixos temáticos da Agenda Rio 2030, conjunto de sugestões de políticas púbicas feitas pela Casa Fluminense e sua rede de parceiros. Ambos os projetos, de diagnósticos e propostas, dialogam com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Mais informações e link para baixar a publicação completa aqui.
Com informações da Casa Fluminense
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