14ª Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e Caribe discute autonomia das mulheres

Evento que ocorre em Santiago, no Chile, é o principal fórum intergovernamental sobre os direitos das mulheres e a igualdade de gênero na região

Começou no dia 27 e se encerra no dia 31/01, em Santiago, no Chile, a 14ª Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e Caribe. O evento, que é realizado pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) com apoio da ONU Mulheres, tem como tema este ano a autonomia das mulheres em cenários econômicos em mudança. Participam representantes de governos, de organizações da sociedade civil, academia, organismos intergovernamentais e do sistema das Nações Unidas.

Na abertura, foi feito um chamado para que os países da região priorizem as políticas de igualdade de gênero e autonomia das mulheres em um contexto marcado pela desaceleração econômica e piora nos índices de pobreza e desigualdade. “Hoje, mais do que nunca, é necessária clareza e vontade para desatar os nós da desigualdade e enfrentar os novos desafios impostos pelas mudanças geopolíticas, econômicas, tecnológicas, demográficas e climáticas”, assinalou Alicia Bárcena, secretária executiva da Cepal.

Alicia Bárcena, secretária executiva da Cepal

Segundo ela, as desigualdades de gênero continuam sendo uma característica estrutural da região. A taxa de participação laboral das mulheres na América Latina, por exemplo, segue estagnada em torno de 50%, enquanto que entre os homens esse percentual é de 74,4%. Isso significa que metade das mulheres da região não possui vínculo empregatício.

A vice-diretora executiva da ONU Mulheres, Åsa Regnér, alertou que “se continuarmos nesse ritmo, levaremos 200 anos para eliminar a desigualdade de gênero”. Ela pediu aos países da região que gerem sistemas tributários ou outros mecanismos com o objetivo de destinar recursos para políticas de igualdade de gênero. “Não há tempo a perder” até 2030, quando o prazo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) for cumprido, disse.

Ao todo estão sendo realizados seis painéis, uma sessão especial, uma mesa redonda e mais de 30 eventos paralelos. Um dos eventos paralelos, “Mulheres negras e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, avaliou compromissos públicos com os direitos das mulheres negras, incorporação de gênero e raça na agenda de desenvolvimento e diálogo intergeracional em torno dos 25 anos da Plataforma de Ação de Pequim.

Como bem pontuou Mariella Mazotti, diretora do Instituto Nacional das Mulheres (InMujeres), do Uruguai: “Não é possível um desenvolvimento sustentável sem as mulheres, mas não apenas as mulheres individualmente, mas também as organizadas, com capacidade de influenciar, porque não há desenvolvimento possível sem a democracia”.

O Uruguai sediou a 13ª Conferência, em 2016, quando foi produzido o documento “Estrategia de Montevideo para la implementación de la Agenda Regional de Género em el Marco del Desarrollo Sostenible hacia 2030”.

Acompanhe a 14ª Conferência ao vivo: www.cepal.org.

Baixe aqui o documento “La autonomía de las mujeres en escenarios económicos cambiantes”.

Com informações da Cepal e da ONU Mulheres

Fotos: Cepal/ONU

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