GT Agenda 2030 divulga resultado do edital interno de seleção de projetos

Foram recebidas nove propostas de promoção da equidade de gênero e dos direitos das mulheres e meninas
O Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030) divulgou, na última terça-feira (10/12), o resultado do edital interno que vai destinar até 90 mil euros para projetos de promoção da equidade de gênero e dos direitos das mulheres e meninas, especialmente negras, quilombolas, indígenas e LBTI (lésbicas, bissexuais, transexuais e intersexos) de baixa renda. Foram recebidas nove propostas e as atividades deverão ser realizadas entre janeiro e julho de 2020.
O edital é uma das ações do projeto de fortalecimento do GT Agenda 2030 para contribuir com a implementação da Agenda 2030 no Brasil, que conta com financiamento da União Europeia. A ideia da iniciativa é beneficiar exclusivamente organizações não governamentais, movimentos sociais, fóruns e fundações brasileiras que integram a rede do próprio GT. Atualmente, o grupo conta com 46 integrantes. Conheça a seguir cada uma das propostas contempladas em cada categoria, por ordem de classificação:
Categoria 1 – Até 6 mil euros
1. Mulheres tapajônicas 2020 – Clímax Brasil
Segunda etapa do projeto Mulheres tapajônicas, cujo objetivo é visibilizar histórias de mulheres indígenas dos povos do rio Tapajós como instrumento de incidência política, fortalecendo assim a luta por direitos. Será realizada uma roda de histórias de vida junto a mulheres de diferentes faixas etárias do povo Borari, do distrito de Alter do Chão, em Santarém (PA). A partir disso, as participantes selecionarão uma pauta que considerem mais urgente e criarão uma campanha de sensibilização nacional e um plano de ação de advocacy para incidir publicamente junto à sociedade e ao governo.
ODS: 5, 10, 11, 13 e 15.
2. Jovens feministas por direitos sexuais e direitos reprodutivos – Coletivo Mangueiras
Construção de um Encontro Nacional de Jovens Ativistas para o alinhamento das agendas dos ODS e dos direitos sexuais e direitos reprodutivos visando ao fortalecimento da saúde e dos direitos das mulheres adolescentes e jovens, negras, LBTs e periféricas do Brasil. O Encontro busca apresentar às jovens o panorama atual dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres (adolescentes e jovens). Também objetiva a construção de um planejamento anual de atividades e estratégias que possibilite a construção de uma agenda compartilhada em defesa dos direitos e da saúde das mulheres e jovens, sobretudo nas negras, pobres e periféricas.
ODS: 3 e 5.
3. Cultura política e comunicação na Agenda 2030 – UnB 2030
Projeto foca em atividades que assegurem a pluralidade cultural, na mesma medida que levem conhecimento aos estudantes pertencentes a grupos minoritários, tais como indígenas, mulheres negras e indivíduos em vulnerabilidade social, da Universidade de Brasília e comunidade do Distrito Federal. Traz como proposta desenvolver a criatividade e dons artísticos a partir do muralismo, uma manifestação cultural que integra as pessoas ao cotidiano da vida urbana. Serão realizadas oficinas itinerantes, com discussões acerca de temáticas como empreendedorismo, criação, história e política, bem como rodas de conversa sobre igualdade e diversidade de gênero, empoderamento feminino, arte, igualdade socioeconômica, valorização de etnias e sexualidades.
ODS: 3, 4, 5, 10 e 17.
Categoria 2 – Até 8 mil euros
1. Os ODS na prática: Coletivo Transcender Joinville – IDDH
O objetivo é fortalecer o único coletivo organizado LGBTQ+ do município de Joinville (SC), formado por 25 pessoas trans, mas ainda bastante fragilizado e invisibilizado. A proposta é auxiliar o Coletivo Transcender na sua principal demanda de curto prazo que é a alteração do nome e gênero nos documentos oficiais. Embora isso já tenha sido autorizado pelo Conselho Nacional de Justiça, as pessoas enfrentam diversos obstáculos na concretização de tal direito. O projeto prevê a realização de três atividades: a) oficina de formação mais teórica sobre os ODS e direitos humanos; b) oficina prática sobre o processo de retificação dos documentos oficiais; e c) reunião estratégica com parceiros importantes para auxiliar nesta demanda.
ODS: 4 e 5.
2. Educação financeira para a independência e empoderamento econômico de mulheres – Idec
Proposta se baseia na capacitação de mulheres negras e LBTI em situação de vulnerabilidade socioeconômica da Região Metropolitana de São Paulo (SP) com o objetivo de promover a educação financeira como uma das formas de independência e empoderamento econômico feminino. Prevê o mapeamento de organizações, coletivos e/ou movimentos sociais para o desenvolvimento de parcerias e realização de 4 formações em educação financeira, além da disseminação dos materiais e conteúdos audiovisuais de forma on-line e gratuita no site da organização, trazendo ainda os resultados do projeto a fim de multiplicar a informação entre todos os membros do GT Agenda 2030.
ODS: 1, 5 e 17.
3. Mulheres em movimento e economia solidária em Ribeirão das Neves (MG) – Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES)/OSC Moradia e Cidadania
Tem como objetivo proporcionar melhores condições de vida e socialização entre as mulheres que integram o Buffet Amigos da Xica, que há alguns anos participa do movimento da economia solidária, com algumas mulheres do conjunto habitacional Sou Alterosa, situado no referido município, que buscam oportunidade de autonomia econômica. A proposta é de uma ação articulada de formação e fomento de 30 mulheres para que atuem comercialmente na produção culinária de alimentos em pequena e média escala, proporcionando também momentos de socialização nos quais possam refletir e compartilhar seus desafios e se fortalecerem de forma conjunta com suas histórias e experiências de vida.
ODS: 1, 2 e 5.
Categoria 3 – Até 10 mil euros
1. Agenda 2030 de saúde e saberes das mulheres de Careiro (AM) – Instituto 5 Elementos
Principal objetivo é promover encontros com mulheres e jovens do município de Careiro (AM) para resgatar, atualizar e disseminar o conhecimento sobre o uso de ervas medicinais da Amazônia, com ênfase nos cuidados à saúde da mulher e da família. Os encontros também abordarão temas transversais, tais como: educação sexual; acesso a ferramentas e a órgãos que promovem a garantia dos direitos da mulher; e economia solidária. A formação envolverá um grupo de 20 participantes.
ODS: 3, 4, 5 e 15.
Categoria 4 – Até 15 mil euros
1. Plataforma Beijing+25 Brasil e 5 anos da Agenda 2030: equidade de gênero, voz das mulheres e ODS – REBRAPD
A proposta objetiva ampliar a participação de mulheres negras, quilombolas, indígenas, LBTI e imigrantes no advocacy da Agenda 2030 no Brasil, no marco dos 25 anos da Conferência Internacional dos Direitos das Mulheres (CIDM/Beijing 1995) e dos cinco anos da aprovação dos ODS. Isso será feito por meio da realização de cinco encontros presenciais, cobrindo todas as regiões do país, a fim de que as mulheres analisem a implementação das políticas de igualdade de gênero no país e a partir de seu lugar social, produzindo um monitoramento vivo do local para o global. As atividades serão sistematizadas para compor o “Relatório Luz – Vozes das mulheres negras, indígenas, quilombolas, LBTI e migrantes sobre os 25 anos da CIDM no Brasil”.
ODS: 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 13, 14, 15, 16 e 17.
2. Mulheres negras e quilombolas pelo direito à educação – IEB
Busca enfrentar a realidade adversa que as mulheres negras e quilombolas têm quanto à garantia e ao acesso à educação socialmente diferenciada e com qualidade técnica, nos municípios de Itaubal, Laranjal do Jari e Vitória do Jari, no Amapá, e quatro comunidades quilombolas ali existentes: São Miguel do Macacoari, Lagoa do Maracá, São José e Taperera. As ações preveem a realização de um círculo de vivência temático-formativo sobre mulheres negras e quilombolas nos quatro municípios; um ciclo de intervenções socioculturais sobre gênero e identidades negras na educação escolar no Amapá; ações de comunicação para o reforço da incidência pública quanto à Agenda 2030; e um seminário intermunicipal.
ODS: 4 e 5.