Oito em cada 10 brasileiros acreditam que não é possível progresso sem redução de desigualdades

Pesquisa de opinião realizada pela Ofxam Brasil e Datafolha mostra a percepção dos brasileiros sobre disparidades entre ricos e pobres
Um levantamento feito pela Oxfam Brasil e Datafolha, divulgado na última segunda-feira (8/04), mostra a percepção dos brasileiros sobre disparidades entre ricos e pobres. Para 86% da população, o progresso do país está diretamente relacionado à redução da desigualdade econômica entre ricos e pobres e 94% concordam que os tributos pagos devem ser usados para beneficiar os mais necessitados. Além disso, 77% afirmaram que defendem o aumento de impostos para as pessoas muito ricas como forma de financiar políticas sociais.
A pesquisa foi realizada entre os das 12 e 18 de fevereiro deste ano em todo o Brasil e, segundo a Oxfam Brasil, “foi encomendada com o objetivo de ampliar o debate sobre as desigualdades no país”. Para a organização, “O levantamento indica que a sociedade brasileira percebe o problema da distribuição de renda no país, mas ainda não compreende o real tamanho das desigualdades brasileiras”.
Outros dados mostram, por exemplo, que 55% dos brasileiros acham que a linha de pobreza se situa entre quem ganha R$ 701 e R$ 1.000 e que 85% se colocam na metade mais pobre da população. Na edição anterior da pesquisa, feita em 2017, esse número era de 88%. Para 49%, a renda mínima para estar nos 10% mais ricos é de R$ 20.000 mensais. Sobre medidas para reduzir as desigualdades, “combater a corrupção” levou nota média de 9,7. “Investimento público em saúde”, “aumentar a oferta de emprego” e “investimento público em educação” ficou com média 9,6.
Um ponto interessante é que, para a maioria, nem o trabalho nem a educação das crianças pobres seria capaz de equalizar as chances de uma vida bem-sucedida para os mais pobres (58% e 51%, respectivamente). Houve, ainda, uma piora na percepção da população em relação a gênero e raça: o fato de ser mulher impacta a renda (64% acharam isso, contra 57% em 2017) e negros ganham menos por serem negros (52%, contra 46% em 2017).
A redução das desigualdades dentro dos países e entre eles é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 10). Para a diretora-executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia, “só avançaremos no combate às desigualdades se os temas de racismo, da discriminação de gênero e do respeito à diversidade, da discriminação pelo endereço de moradia, do assassinato de jovens de periferia, tiverem a mesma urgência que os temas econômicos e fiscais”. De acordo com Katia, existe “um descompasso entre as percepções da sociedade sobre as desigualdades e a agenda política do país”.
Acesse o relatório completo aqui.
Com informações da Oxfam Brasil.
Foto: Arquivo/Agência Brasil
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O continuísmo doentio da política só para ricos.
Claudio josé Melo Vilarins
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