Conclusões provisórias do IPCC sobre Mudanças Climáticas

GT Agenda 2030 alerta para dilema entre barbárie e civilização para cumprir as metas do ODS 13: Mudanças Climáticas

O impacto da mudança climática será muito diferente, dependendo do aumento da temperatura, esperado entre +1,5ºC e +2ºC, segundo versões provisórias do relatório do Painel Intergovernamental da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), grupo de especialistas em clima reunido na Coreia do Sul. 

Na avaliação de Iara Pietricovsky, integrante do colegiado de gestão do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), que faz parte do Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030), os dados apresentados pelo IPCC mostram que mesmo se o planeta mantiver o aumento da temperatura entre +1,5ºC e +2ºC  a humanidade já sofrerá com os impactos da emissão de gases na atmosfera.

“Se a humanidade vai fazer disso a sua força e a sua capacidade de mudar de forma urgente, rápida e eficaz é uma questão que só o futuro vai dizer. A gente está entre a opção da barbárie, com a continuidade de um modelo produtivo, de um comércio internacional e de uma maneira de fazer política de distribuição de riquezas totalmente equivocada, impactante, que produz desigualdade e que acirra cada vez mais esse processo de aquecimento do planeta Terra; ou a gente vai encontrar um caminho civilizatório que vai produzir muito sofrimento, mas que pelo menos vai nos dar possibilidade de um futuro e de reconstruções das nossas utopias.”
Iara Pietricovsky, Inesc

Iara alerta que a humanidade está vivenciando um dilema, sem saber para onde vai caminhar. Ela destaca que não sabemos a resposta, pois tanto países poderosos quanto emergentes ainda não adotaram resoluções efetivas. Para ela, o tamanho do problema é conhecido, mas não se sabe como transitar para a solução de uma maneira que envolva escala, rapidez na transição e responsabilidade. 

Em que ponto estamos? 
Se as emissões de gases causadores do efeito estufa gerados pelo homem mantiverem o ritmo atual, o aquecimento médio terrestre ultrapassará +1,5ºC em relação ao nível pré-industrial por volta de 2040.

Se todas essas emissões cessarem imediatamente, é provável que o mundo permaneça abaixo do limite crítico de 1,5ºC. No entanto, os gases já emitidos continuariam a gerar alguns impactos, especialmente em termos de elevação do nível do mar.

Que impactos são previstos?
Os riscos são menores de o aumento for de +1,5ºC em vez de +2ºC, tanto em número de eventos extremos, ondas de calor, chuvas diluvianas, incêndios florestais, invasões e extinções de espécies, produtividade dos oceanos, rendimento agrícola e perda de permafrost, os solos gelados de altas altitudes.

No entanto, reduzir o aumento dos termômetros a +1,5ºC entre hoje e 2100 pode ser insuficiente para frear a desestabilização das calotas glaciais da Antártida e da Groenlândia. Isso significaria uma elevação significativa do mar nos próximos séculos.

O que fazer? 
Estabilizar o aquecimento a +1,5ºC exige alcançar uma neutralidade nas emissões de CO2 (em 80% a partir da combustão de energias fósseis) em meados do século, ou seja, deixar de emitir na atmosfera mais do que somos capazes de retirar. Isso também envolve reduzir as emissões remanescentes, especialmente o metano. E as chances de sucesso aumentam, se isso acontecer até 2030.

Mas o resumo provisório sugere, em seus gráficos, que o máximo de emissões globais de CO2 será atingido em 2020. De acordo com o IPCC, não há resposta simples. A transição deve ser rápida e abrangente e deve acontecer entre os próximos 10 e 20 anos, em termos de energia, sistemas urbanos, industriais. Mas o conhecimento atual não permite captar, ou armazenar CO2 em grande escala. A melhor opção é, portanto, uma rápida redução de emissões, segundo especialistas. 

Com informações do UOL

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