O primeiro dia dos próximos quinze anos

Com a presença de autoridades máximas dos Estados Membro das Nações Unidas, iniciou hoje às onze horas da manhã na Assembleia Geral, após a inédita participação do Papa Francisco I, a Cúpula para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável com a aprovação consensuada do documento da Agenda 2030, negociado por três anos pelos governos sob atenção especial da sociedade civil organizada e de setores da iniciativa privada.

A presença do Papa elevou ainda mais o nível de segurança nos arredores da sede da ONU. Para entrar nos eventos oficiais, além do credenciamento prévio, é necessário conseguir passes secundários para cada evento em que se queira participar.

A sessão oficial da Cúpula foi iniciada pelo Secretário Geral da ONU, que convidou o Primeiro Ministro da Dinamarca e o Presidente de Uganda, co-facilitadores dos próximos três dias de diálogos.

Momento de aprovação da Agenda 2030 pela Assembleia Geral da ONU.

Momento de aprovação da Agenda 2030 pela Assembleia Geral da ONU.

Após a aprovação formal do documento da Agenda 2030, momento em que luzes azuis iluminavam a Assembleia, a Cúpula foi inaugurada pela Presidente da Croácia que, em seu firme discurso, chamou atenção para a crise humanitária das migrações e para o persistente problema de iniquidade de gênero e violência contra as mulheres. “É significante que uma mulher seja a primeira a falar neste evento que busca sanar problemas seculares, entre eles a desigualdade de gênero.” Ela também fez questão de destacar que os dezessete objetivos e cento e sessenta e nove metas, ao contrário do que alguns delegados de países desenvolvidos afirmaram ao longo do processo de negociação, “não são tantos assim se quisermos realizá-los e terminar o trabalho inconcluso iniciado pelos Objetivos do Milênio, que se encerram agora.”

Em seguida o Presidente da Finlândia também trouxe o tema de violência contra a mulher como uma metonímia para a necessidade de mudança de paradigma de desenvolvimento, assim como a necessidade de investir em medidas que reduzam o impacto das mudanças climáticas. Segundo ele, “nós não teremos o luxo de poder falhar. Falhar agora vai custar muito caro, portanto, em Paris precisamos alcançar acordo sobre emissões de gases.”

Estes serão três dias em que governantes, representantes da sociedade civil e de setores privados vão debater sobre a realidade conflituosa contemporânea e a necessidade urgente de implementação de medidas que revertam a tendência de acirramento dos conflitos, para poder alcançar os objetivos definidos no documento aprovado pelos Estados Membro. Esta não será uma tarefa fácil para nenhum país, pois a arquitetura político-econômica global aponta para direções contraditórias ao teor principal da Agenda 2030.

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