Nota Pública do GT Agenda 2030: é fundamental fortalecer os Ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Originários
O Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para Agenda 2030 (GT Agenda 2030) foi criado em 2015 e acompanha a implementação da Resolução 70/1/2015 “Transformando nosso mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” da qual o Brasil é signatário.
Temos um caráter multidisciplinar e atuamos na difusão, promoção e monitoramento da implementação dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e da Agenda de Ação de Adis Ababa em âmbitos local, nacional e internacional, construindo parcerias com setores públicos, sociedade civil e Sistema ONU; incidindo junto a governos, parlamentos, judiciário, instâncias fiscalizadoras nacionais e locais, com o objetivo de alinhar políticas e orçamentos públicos aos ODS.
Na semana do Dia Mundial do Meio Ambiente, com o anúncio de que no ano em que o Brasil é escolhido pela ONU para sediar a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-30), o GT Agenda 2030 vê com profunda preocupação as tentativas no parlamento brasileiro, com apoio de setores do Executivo Federal que, atendendo a interesses de setores econômicos, buscam enfraquecer a capacidade operacional dos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e dos Povos Indígenas (MPI) de proteger nosso meio ambiente, de formular e de gerir políticas que garantam um manejo dos recursos naturais de forma sustentável e equânime.
Nós nos somamos às preocupações já expressas por diversas organizações da sociedade civil e por instâncias públicas sobre a gravidade das propostas em andamento no Congresso Nacional, lembrando que o alcance das metas estabelecidas pela Agenda 2030 requer ações coordenadas e coerentes em todos os níveis de governo, nas diversas áreas.
Consideramos ainda, grave observar que não há alinhamento suficiente dentro do próprio executivo federal sobre o enfraquecimento dos ministérios, que é evidentemente contrário ao programa que elegeu este governo e profundamente se opõe aos discursos e compromissos junto à comunidade internacional. Insistimos na capacidade brasileira de iniciar uma efetiva transição energética e, de forma verdadeira, retomar o alinhamento à Agenda 2030.
Segundo o Relatório Luz de 2022, inclusive, a situação do ODS 13 sobre o enfrentamento das mudanças climáticas e seus impactos é gravíssima (https://gtagenda2030.org.br/relatorio-luz/relatorio-luz-2022/), com TODAS a suas metas classificadas em retrocesso. E entre as medidas urgentes para enfrentar a mudança climática e seus impactos, estavam:
- Fortalecer as áreas de Mudança do Clima no MMA e no ministério das Relações Exteriores,
- Apoiar o ministério do Meio Ambiente na criação do Conselho Nacional de Segurança Climática (Conseg).
- Fortalecer o Ibama, o ICMBio e assegurar o monitoramento eficaz de todos os biomas brasileiros, internalizando compromissos já assumidos, por exemplo com a Declaração de Florestas e o Compromisso Global de Metano, assinados em Glasgow;
- Restaurar a governança e os meios de implementação do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM) e do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado (PPCD Cerrado);
- Fortalecer a representação dos povos e comunidades tradicionais nas instâncias de governança das políticas de clima e meio ambiente e demarcar as terras Indígenas e territórios quilombolas como previsto na Constituição Federal;
- Priorizar a aprovação da PEC-37/2021 para a inclusão da segurança climática na Constituição.
Nesse sentido, instamos as autoridades responsáveis a reverterem as medidas de enfraquecimento desses ministérios e dos nossos direitos ambientais. Há soluções sustentáveis para o fortalecimento econômico do país, como mostra o Relatório Luz 2022.
Instamos que o Governo Federal defenda e amplie a capacidade desses ministérios, fortalecendo suas estruturas, aumentando seus orçamentos e garantindo a participação efetiva da sociedade civil, dos povos indígenas e comunidades tradicionais na formulação e implementação de políticas públicas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Governar para todas as pessoas é atuar no presente para garantir o fim da fome, das pobrezas e desigualdades estruturais e isso requer que a sustentabilidade econômica e ambiental caminhem de mãos dadas. Nós, do GT Agenda 2030, insistimos: as evidências mostram que é possível alcançar o crescimento econômico sem piorar ainda mais as crises ambientais planetária e nacional e sem deixar ninguém para trás na realização da dignidade de vida.
Organizações que assinam:
| 1 – ABGLT |
| 2 – ABONG |
| 3 – Ação Educativa |
| 4 – Ação Pela Cidadania |
| 5 – ACT Promoção de Saúde |
| 6 – ActionAid |
| 7 – Agenda Pública |
| 8 – Aldeias Infantis SOS Brasil |
| 9 – Artigo 19 |
| 10 – Associação Alternativa Terrazul |
| 11 – Associação Casa Fluminense |
| 12 – Campanha Nacional pelo Direito à Educação |
| 13 – Campanha TTF Brasil |
| 14- Centro Brasil de Saúde Global |
| 15 – Cineclube Sócio ambiental em Prol da Vida |
| 16 – Coletivo Climax Brasil |
| 17 – Coletivo Mangueiras |
| 18 – CUT – Central Única dos Trabalhadores |
| 19 – Datapedia |
| 20 – Engajamundo |
| 21 – FEBAB – Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições |
| 22 – FES – Friedrich-Ebert-Stiftung Brasil |
| 23 – FNPETI – Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil |
| 24 – Fórum Brasileiro de Economia Solidária – FBES |
| 25 – Fórum de ONG/Aids SP |
| 26 – Fórum de ONG/Aids RS |
| 27 – Fundação ESQUEL Brasil |
| 28 – GELEDÉS Instituto da Mulher Negra |
| 29 – GESTOS – Soropositividade, Comunicação e Gênero. |
| 30 – GTP+ – Grupo de Trabalhos em Prevenção PotiHIVo |
| 31 – IABS – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade |
| 32 – IAS – Instituto Água e Saneamento |
| 33 – IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas |
| 34 – IDDH – Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos |
| 35 – IDEC – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor |
| 36 – IDS – Instituto, Democracia e Sustentabilidade |
| 37 – IEI Brasil – International Energy Iniciative |
| 38 – IIEB – Instituto Internacional de Educação do Brasil |
| 39 – Instituto Pólis |
| 40 – Impact Hub |
| 41 – INESC – Instituto de Estudos Socioeconômicos |
| 42 – Instituto 5 Elementos |
| 43 – Instituto de Desenvolvimento Comunitário e Participação Social – Instituto COEP |
| 44 – Instituto Igarapé |
| 45 – Instituto Physis – Cultura & Ambiente |
| 46 – Mirim Brasil |
| 47 – MNCP – Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas |
| 50 – OSC Moradia e Cidadania |
| 51 – OXFAM do Brasil |
| 52 – Parceria Brasileira Contra a Tuberculose (STOP TB Brasil) |
| 53 – Plan International Brasil |
| 54 – Programa Estratégico UNB 2030 |
| 55 – REBRAPD |
| 56 – RNP+Brasil – Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids |
| 57 – Programa Cidades Sustentáveis |
| 58 – UNICOPAS – União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias |
| 59 – 350.org |
| 60 – Visão Mundial |

Gostaríamos de fazer parte do grupo de organização via
Associação indigena do povo Munduruku Tupaģa Emunaéyó
Associação Suíço Brasileira de Apoio na Amazônia
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