Capitais brasileiras ainda precisam superar muitos desafios para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
É o que mostra novo estudo do Programa Cidades Sustentáveis elaborado com base no Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR)
A cidade de Curitiba (foto), capital do Paraná, é famosa por oferecer boa qualidade de vida, situando-se como uma das melhores do Brasil em serviços oferecidos à população, como educação, saúde e cultura. Considerada uma das cidades mais verdes do país, tem um sistema de transporte público eficiente, além de muitos outros atrativos. No Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR), ferramenta desenvolvida pelo Programa Cidades Sustentáveis, Curitiba aparece com a melhor pontuação entre as capitais. Ainda assim, precisa superar muitos desafios para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Essa é a principal conclusão de um estudo feito com base no IDSC-BR e divulgado no final de abril pelo Programa Cidades Sustentáveis, uma das 57 organizações que integram o Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030). Em comparação feita entre as 26 capitais do Brasil (excluindo Brasília, capital do Distrito Federal), foi evidenciado que mesmo aquelas melhor posicionadas no Índice, como Curitiba, São Paulo e Florianópolis, estão distantes das metas estabelecidas na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Curitiba registra a maior pontuação média quando são considerados todos os 17 ODS (66,03). Quanto mais o índice for próximo de 100, mais perto está a cidade de alcançar as metas. Entretanto, a capital do Paraná apresenta sete ODS assinalados na cor vermelha, nível mais baixo do Índice, e um na cor laranja, segundo pior na escala. Entre os Objetivos que estão no patamar inferior da tabela estão os de número 5 – Igualdade de Gênero (40,7 pontos), 10 – Redução das Desigualdades (48,0 pontos) e 16 – Paz, Justiça e Instituições Eficazes (47,5).
Em contrapartida, o estudo mostra que Curitiba já alcançou plenamente o ODS 12 – Consumo e Produção Responsáveis (100 pontos) e está próxima de atingir os Objetivos de número 7 – Energia Limpa e Acessível (99,8) e 13 – Ação Contra de Mudança Global do Clima (95,2). No comparativo, São Paulo é a segunda capital com melhor classificação no IDSC-BR, com 64,86 pontos, seguida de Florianópolis (SC), que somou 64,15 pontos.
O IDSC-BR computou e analisou os dados de 770 municípios brasileiros, revelando imensas desigualdades regionais. Entre as 10 capitais com melhor pontuação, três estão na Região Sul, três no Sudeste, três no Centro-Oeste e apenas uma no Nordeste – João Pessoa (PB). Já entre as 10 capitais com pior pontuação, todas se localizam no Norte e no Nordeste, com destaque para Macapá (43,35), Porto Velho (46,13) e Belém (46,74). Macapá, por exemplo, possui 13 dos 17 ODS assinalados na cor vermelha.
O IDSC-BR foi desenvolvido em parceria com a Sustainable Development Solutions Network (SDSN), iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) para monitorar nos ODS em seus países-membros. O levantamento dos dados foi feito pelo Centro Brasileiro de Análise de Planejamento (Cebrap) com o apoio do Projeto CITinova. “Embora as cidades ainda tenham quase dez anos para avançar na Agenda 2030, o estudo mostra que a maioria dos municípios está muito distante de cumprir as metas”, diz o Programa Cidades Sustentáveis.
Com informações do Programa Cidades Sustentáveis
Acesse aqui o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR)
Foto: Hully Paiva/SMCS/Prefeitura de Curitiba
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